Wednesday, April 15, 2009

Hegel: o Ser, o Nada e o Devir

Por: Maria Odete Madeira

No sistema das categorias lógicas hegelianas, o negativo lógico constitui-se como a possibilidade de o Ser, em si mesmo, enquanto posição imediata de coincidência permanente consigo mesmo, se saber, enquanto tal, ou seja: enquanto identidade.

Em si mesmo, na sua imediatez, o Ser, ou Absoluto, é, segundo Hegel, Nada, o que significa que na raiz constitutiva do Ser, considerado na sua igualdade e identidade consigo mesmo, está o Nada como o Mesmo que o próprio Ser. O que significa, ainda, que a unidade absoluta sintetizada e expressa pela identidade do Ser, ou Absoluto, é determinada por uma diferença relacional rotativa, deslocada no seio da própria unidade constituinte, considerada, esta, na sua identidade e integridade constitutivas.

De acordo com Hegel, o Ser é, pois, na sua origem, contradição consigo mesmo. Falar do Ser implica falar do Nada como o Ser Outro do Mesmo Ser. Deste modo, o Ser, enquanto sujeito, referência a si ou identidade consigo mesmo, na sua Verdade e Liberdade, é o movimento dialéctico de deslocação do Ser ao Nada, e do Nada ao Ser e, assim, o próprio Devir.

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