Saturday, April 18, 2009

Natureza - Mundo - Cosmos

No pool genético das palavras, transmissores e veículos de transmissão jogam o jogo "da sobrevivência", traçando projectivamente um sentido de essência subsistente ou eidos de teia de solidariedade sincrónica rotativa.

Considerados os termos Natureza, Mundo e Cosmos, estes podem ser abordados como um exemplo de compatibilidade genética sincronizada, exemplificadora do mesmo eidos  de teia.



Natureza do latim natura (gnatura, natus, gnatus nasci) com o significado de fazer nascer  tem o seu equivalente grego em ousia que significa: produzir, fazer nascer. A equivalência dos termos faz  deslocar uma semântica de paralelismo condensado que os conecta com o termo grego gignomai que significa: chegar a ser. Por sua vez, natura e ousia estão relacionadas com o termo genesiz (nascimento). Tudo que existe no Mundo, existe como presença e existência (natura, ousia, dasein).

Por sua vez, o conceito de Mundo (Mundus) sintetiza um sentido de conjunto de todas as realidades físicas consideradas enquanto realidades existentes, a saber: entes, entidades, padrões, estruturas, relações, situações e processos. Na teia gravítica dos significados, o termo Mundo está ligado ao termo grego Kosmos por uma relação de vizinhança compatibilizada numa rotatividade gravítica de ordem activa, enraizada no deslocamento cognitivo que sinalizou a passagem do pensamento mitológico, ao pensamento dito racional.

De acordo com alguma tradição, terá sido Pitágoras quem introduziu no pensamento grego a noção de Kosmos, como a ordem que preside e reside em todas as coisas. Contudo, a noção de Kosmos aparece, anteriormente, em Anaximandro (Diels, frg, 12A10) e Anaxímenes (Diels, frg, 13B2).

Natureza, Mundo e Cosmos estão graviticamente ligados a um deslocamento trajectivo de um eidos de ordem. Mas falar de ordem implica falar de sincronicidade, termo formado a partir do grego syn+kronos, que significa, literalmente, uma relação de simultaneidade entre tempos diferentes, o que elimina um pressuposto tentador de uniformidade redutora evidenciado por alguns discursos sobre a ordem. A ordem depende de diferenças e não de igualdades. A harmonia depende de diferenças compatibilizadas num ponto sistémico: padrão, estrutura, e assim: ordem.

Neste sentido, no fundamento de compatibilidade genética entre os termos Natureza, Mundo e Cosmos está um sentido de diferença irredutível constitutiva, sustentada por uma dinâmica de sincronicidade, abordável a partir de uma topologia de teia de solidariedade sincrónica rotativa.

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